domingo, 26 de abril de 2009

O quão irônico o mundo pode ser...

Talvez ninguém tenha reparado nisto, mas o mundo é irônico. Tão irônico que às vezes é engraçado e outras vezes é triste.
Eis um parágrafo de livro:
"-Você não fala muito nele, Holly", disse Denise casualmente, fazendo desenhos com seus pés na areia.
Holly abriu os olhos lentamente. Sua voz estava silenciosa, mas leve e confortável.
"-Eu sei".
Denise levantou o olhar dos desenhos na areia.
"-Por que não?"
Holly fez uma pausa e olhou para o mar.
"-Não sei como falar dele."-Pensou por um instante.
"-Eu nunca sei quando dizer "Gerry foi, ou...Gerry é". Não sei quando estar triste ou feliz ao falar dele com outras pessoas. É como se as pessoas julgassem que eu deveria estar chorando até meus olhos caírem se eu demonstro estar bem. E quando estou chateada, as pessoas ficam constrangidas."
...
-... "-Eu não sei como lembrar dele numa conversa. Mas não significa que eu não lembre dele."
(PS: Eu te amo; Cecilia Ahern, página 237).
Este pequeno trecho onde Holly diz para a amiga que não sabe como falar do seu falecido marido retrata um pouco do que realmente há nos relacionamentos em geral.
Por que quando uma pessoa se vai, alguém tem que julgar o quanto ela faz falta pelo comportamento alheio? Se o parente vai bem, é que não tem coração. Se vai de mal a pior, não quer viver...
Será que ninguém tem o direito de tentar superar?
Por que se alguém é deficiente, não comentamos sobre coisas que o faça lembrar, por exemplo, que este alguém não anda, ou não enxerga, ou não entende bem o mundo?
Por que nos sentimos mal em ter um braço diante de uma pessoa que não o tem? Por que a pessoa vai lembrar que não tem braço? É certo de que ela se lembra disso todo o tempo.
Como comecei dizendo... O mundo é irônico!
Seria correto se fazer triste porque alguém também o está? Claro que não!
Deve a amiga de Holly se sentir mal por ter alguém já que sua amiga está viúva?
Deve Holly se culpar por reconstruir sua vida? De seguir em frente? De tentar ser feliz tendo a alegre e carinhosa lembrança do amor de sua vida?
Apenas uma reflexão:
Para alguns, certos casos viram casos...Para outros é só descaso.
Alguns conseguem méritos por sorte, outros por esforço.
Pessoas que fazem esforço para comprar presente e pessoas que se presenteiam sem ao menos se gostar.
E mais uma vez, tudo é irônico... Pra rir, pra chorar, ou chorar de rir.

domingo, 19 de abril de 2009

Desculpe interromper o silêncio de sua viagem...

Caraca, que saco! E foi assim que começou a sexta-feira. Início de final de semana, este dia poderia ter sido o mais esperado do meu. Acontece que não foi bem assim..
Já começou errado com o atraso do ônibus de 10 minutos, e por isto ele estava um pouco cheio. Sentei no meu cantinho e fui trabalhar pensando em como seria a volta e na expectativa de que eu trabalharia bastante.
Um pequeno acidente: no caminho, um ônibus enguiçado. Entraram dois moços do CET-Rio. Até aí tudo bem, até que um deles ficasse me encarando. "Por que este moço está me encarando?" - pensei. Já houve um certo incômodo na primeira parcela de dia do meu inicinho de fim de semana. Foi quando aconteceu o mais absurdo de tudo: o cidadão se levantou do lado de seu amigo e falou que iria trocar de lugar. "Para onde ele vai, senhor?" Alguém teria um palpite?? Sim, ele se sentou do meu lado...Com mais de..sei lá quantos assentos no ônibus, afinal, não estava tão lotado assim...ele me fez mover minhas DUAS bolsas pra sentar do meu lado.
Bom, perdoável. Até que ele começasse a explicar o porquê de ele se sentar ali! "Tava muito sol.." Eu resolvi não dar muita liberdade e acenei com a cabeça virando o rosto para outra direção. Não satisfeito, começou a gritar com o amigo que se sentou atrás por conta própria e a bater papo com o motorista...E lá se foi definitivamente o silêncio da minha viagem...
Existem dias em que simplesmente as coisas não podem dar muito certo, né? Este foi um deles.
No trabalho, a minha sala estava em obra e só não voltei pra casa porque não me dispensaram.
Na volta pra casa, ouvi toda uma conversa sobre ditadura militar e lei de silêncio, porque o passageiro, indignado com o vizinho, simplesmente não conseguia conter o volume da voz, deixando todos no ônibus cientes do diálogo (que mais parecia um monólogo) e da constituição federal.
E assim sendo, lá se foi novamente o silêncio da minha viagem...

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Conclusões para começar...

Imagine-se acordando e pensando? O que mais busco? O que tanto procuro depois de tanto concluir??
Bem, não há um só dia em que este pensamento escape..Não há um só dia em que eu não pense nela, e em como percebo que corria sempre para seus conselhos. Um porto seguro. Certamente.
E assim, eu tinha minhas dúvidas transformadas em certezas, e se houvesse insegurança, eu conseguia saber o mínino a fazer para chegar ao caminho que pudesse me fornecer alguma resposta.
O ponto em questão é: A gente sempre busca por mais.
O que buscar depois te ter seus sonhos completados, mesmo se não se transformaram em realidades perfeitas, mas que foram missões cumpridas. E com grande mérito.
Tenho irmãos que me ocupam o tempo com preocupações, tenho um namorado mesmo não sendo perfeito (afinal é assim que funciona), tenho braços, pernas, um cabelo que me permite cortes ousados e claro, importante: emprego. Será que é aí que eu queria chegar?
Enfim, acho que a juventude é feita de procura. Da grande aventura de buscar e sonhar com o futuro perfeito. A questão é que eu ainda não cheguei no futuro, porque ele ainda não é perfeito.
Então, isto é o que eu busco, e nada mais: aprimorar. Melhorar aquilo que ainda não conquistei, mas ainda estou conquistando. Ainda não terminei de ser um gerúndio no mundo, porque tudo precisa continuar. Desistir é sempre burrice. Ser vencida pelo destino é mero acaso, mas desistir é burrice.